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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ChicoBentagem

Costumam dizer que só quem bebe tem história para contar. Bom, antes de me converter essa frase tinha sentido. História de bêbado não tem igual. Mais aqui também vai uma outra boa frase: Quem se converte tem história pra contar! Hehehe, quer apostar?
Dentre muitas engraçadas vou contar a última. Estive semana passada na cidade de São Paulo para participar como servo do encontro F.E.S.T.A, organizado pela Comunidade ArteDeus (eu sou fruto desse encontro e prometi a Deus que sempre ajudaria, independente de onde estivesse) e que já está em seu 25° encontro. Enfim, sai aqui de Rio Preto na Sexta-feira às 17:45, com previsão de chegada de 23:45.
Só que meu amigo, EU NUNCA ANDEI EM SÃO PAULO! Um amigo meu estaria me esperando no metrô Estação Santa Guilhermina. Enfim ele me ligou e disse que eu desceria na Rodoviária do Tietê, pegaria a linha azul, desceria na Sé e pegaria a linha Laranja sentido Jabaquara e então iria até a Santa Guilhermina. Para mim, em São Paulo, a única rodoviária que existia era a do Tietê, mais depois descobri a duras penas que existe a da Barra Funda.
O ônibus chegou no horário e parou na rodoviária Barra Funda, que para mim era a Tietê. Peguei o metrô e descobri que não tinha linha azul, pois já estava na laranja. Estranho mais enfim, foi fácil chegar.
O encontro rolou cheio de Benção e graças. Ao seu final no domingo peguei minhas coisas, me despedi e fui embora, para Rodoviária do Tietê, a passagem marcava 22:45 e então esperei. Só que o horário marcado chegou e nada de ônibus! Esperei até 23 e lá aparece o ônibus... Só que de outra empresa!!! Gelei! Perguntei para o motorista e ele disse que ônibus para Rio Preto saía da Barra Funda. Foi então que descobri que existiam duas Rodoviárias em Sampa.

Desesperei, precisava trabalhar no outro dia. Liguei para meu amigo Felipe em Rio Claro e ele pediu para ligar para o irmão dele que mora em São Paulo. Liguei e ... caixa postal. Ae me lembrei que o Pe. Paulo estava em São Paulo no encontro e liguei para ele e fui orientado a pegar uma companhia que sai de hora em hora pra Rio Preto. Bom menos mal, pois pelo menos estaria aqui no outro dia.
Fui ao guichê e comprei a passagem, como não sei andar em São Paulo, disse ao vendedor que iria pegar um táxi e ele me orientou pegar o metrô, pois táxi era muito caro. Bom ae começa mais uma aventura. Ele me explicou: Pegar linha azul até Sé, descer e pegar linha laranja sentido Jabaquara e parar na barra Funda. Isso já eram meia-noite. O ônibus chegaria a 1 da manhã. Fiz o que ele disse, tim por tim, mas ao chegar na estação Itaquera - Corinthians, uma antes da Barra Funda, o Chico Bento aflorou! E eu desci nesse terminal!! Percebido a cagada, tratei de limpar... saí do terminal e comprei outra passagem, voltei ao mesmo terminal e peguei o metrô, só que em sentido contrário, ou seja, em vez de andar uma estação eu andei 11 para chegar na Barra Funda!
Meu amigo, já eram 0:25h, e olha, vou te contar, NUNCA REZEI TANTO EM MINHA VIDA! Bom, pra resumir: Cheguei na Barra Funda, a catraca travou, pulei. Cai na escada rolante, corri mais que maratonista de 100 metros rasos e cheguei.... e o ônibus lá esperando, eram cinco pra 1 da manhã. Embarquei e cheguei em Rio Preto 7:30 da matina. Para trabalhar as 8 da manhã.
Bom, agora me diga: Se essa história fosse contada por um bêbado, seria mais uma para rir. E então, convertido tem ou não história pra contar? kkk

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Leito 302

Acho que nunca refleti tanto sobre a minha vida como nesse final de semana prolongado. E nem precisei estar em um mosteiro com velas e incenso ou vigilias em igrejas para constatar certas coisas que só são pensadas quando você compara duas coisas: a vida e a morte.
Estava em Rio Claro para visitar minha família e me deparei com dois casos aqui: Minha prima sofreu um acidente de moto e bateu a cabeça e estava em observação no hospital, havia um pouco de sangue na cabeça apontado por um raio -x. Mais ela já está fora de perigo e está na sala esperando alta.
E então fui visitar a minha tia, tinha sofrido um princípio de AVC. Antes de entrar na U.T.I, veio um filme na cabeça, tipo a minha tia em uma cama deitada e tomando soro na veia, esperando a pressão baixar para ter uma alta e voltar para casa para passar o final de ano comendo peru com os famíliares.
Entrei e logo vi uma pessoa deitada em uma maca, com fraldão e toda cheia de tubos. Uma cena medonha que me fez tremer as pernas. Mas estava procurando a leito 302, pela minha tia, e comecei a procurar e para o meu espanto, o 302 era o leito daquela pessoa que me fez tremer as pernas. Era a minha tia!!!
Cheguei perto da maca e ela  estava olhando para o infinito, como se procurando algo para olhar. E ela me viu... Ela fixou mais os olhos como que tentando descobrir quem estava ali, o lado esquerdo estava paralisado, o direito estava se movendo e ela falava com dificuldade. Falamos um pouco e me despedi.
Mais aquela cena ficou em minha cabeça... E foi inevitável  pensar em meu pai, minha mãe, as pessoas que mais amo nessa vida... e começaram a aparecer os "e se..." Foram tantos que fiquei até tonto! E pedi a Deus que se morresse, queria algo rápido, pois estar ali seria um sofrimento terrível. E comecei então a pensar que se eu estava daquele jeito, imagine meus primos e meu tio, ou os melhores amigos da família. E comecei então a me questinar porque Deus permite certos tipos de situações. Mas a resposta estava em mim.
Tanto no caso da minha prima e da minha tia, vi todos unidos e acima de tudo, pensando.... Creio que alguns como eu, outros nem tantos. E então vem um ponto chave que sempre acaba caindo nele, Deus. E então vamos nos perguntando: Será que estou sendo bom? Será que se morrer vou para que lugar? E então você começa a lembrar de pessoas que passaram em sua vida, as quais você magoou, as que você se apegou, e até aquelas que não foram tão importantes assim. Começa a ver que nós nesses corpos não somos nada e então nos colocamos em nossos lugares, porque as vezes pensamos que somos os donos de tudo e de todos mas nos esquecemos que nosso corpo é tão frágil e a gente é tão pequeno que dá até vergonha de pensar que poderia ter feito mais, ajudado mais enfim ser mais humano.
Minhas reflexões estão durando até agora... Creio que se Deus sacrifica alguém para que muitos se salvem, pois esses momento geram grandes reflexões e orações eu não quero que esse gesto ou essa dor e a situação dessa pessoa seja em vão. Por isso pode ter certeza, aquele leito 302 me fez crescer mais do que qualquer coisa que fiz até hoje.